Vagueava por aí, um pouco solta e um pouco sem destino que a fizesse se sentir mais preenchida. A imagem que tinha de si, era a de uma jarra vazia e talvez, bonita por fora. Nem sabia bem como se preencher... Por isso, vagueava por aí sem pretensões de se sentir completa, coisa essa, que de vez em quando, mas só de vez em quando, lhe surgia inversamente na sua mente.
As horas, por serem verbos de acção no tempo, colmatavam os pensamentos foragidos que de uma vez ou noutra, lhe escapavam até ao passado.
Pensar no Passado ou falar dele, era para si uma história do tempo da avozinha, visto que no seu presente, tudo é diferente, tudo é como aquilo que não poderia ser. Ou não deveria ser. Pensava em fugir várias vezes daquela prisão, que de tão grande lhe parecia ser do tamanho de uma ervilha. Como lhe doíam as asas... Doíam-lhe, não por causa do espaço mas sobretudo, por saber que as tinha e não conseguia dar asas a sua liberdade física. Era como um pássaro, mas que em vez de ter duas patas, tinha raízes. Era o preço que pagava, por ter um espírito nómada incorporado num corpo preso a situações alheias.
Talvez por tudo o que tinha vivido até então, deixou de acreditar em pequenas coisas, quais filosofias... De um sentimento de esperança, foi nascendo em si um sentimento de fragilidade. E dessa fragilidade na alma, foram nascendo ervas daninhas naquele espaço a que ela chamava de coração.
O que ela desconhecia, talvez por distracção, era que o tempo lhe amadurecia o seu saber ou lhe fortalecia a sua vontade de viver. Por mais triste que a vida possa ser (porque nem sempre a vida é grata), há sempre um dia novo a nascer. Um dia, que pode ser diferente. Pode ser um começo melhor que os outros. Porque há esperas sem sal, que se tornam em doces tempos de viver.
As horas, por serem verbos de acção no tempo, colmatavam os pensamentos foragidos que de uma vez ou noutra, lhe escapavam até ao passado.
Pensar no Passado ou falar dele, era para si uma história do tempo da avozinha, visto que no seu presente, tudo é diferente, tudo é como aquilo que não poderia ser. Ou não deveria ser. Pensava em fugir várias vezes daquela prisão, que de tão grande lhe parecia ser do tamanho de uma ervilha. Como lhe doíam as asas... Doíam-lhe, não por causa do espaço mas sobretudo, por saber que as tinha e não conseguia dar asas a sua liberdade física. Era como um pássaro, mas que em vez de ter duas patas, tinha raízes. Era o preço que pagava, por ter um espírito nómada incorporado num corpo preso a situações alheias.
Talvez por tudo o que tinha vivido até então, deixou de acreditar em pequenas coisas, quais filosofias... De um sentimento de esperança, foi nascendo em si um sentimento de fragilidade. E dessa fragilidade na alma, foram nascendo ervas daninhas naquele espaço a que ela chamava de coração.
O que ela desconhecia, talvez por distracção, era que o tempo lhe amadurecia o seu saber ou lhe fortalecia a sua vontade de viver. Por mais triste que a vida possa ser (porque nem sempre a vida é grata), há sempre um dia novo a nascer. Um dia, que pode ser diferente. Pode ser um começo melhor que os outros. Porque há esperas sem sal, que se tornam em doces tempos de viver.
"The sky is lit up
Day will be richer than night
So dont think of yesterday
Its here and now
It's a, it's a, it's a...new day
It's a, it's a, it's a...new day".
Dedicado a uma grande amiga, que é cheia por dentro, bonita por fora. Esquecida. Fugaz na sua maneira de viver. Brilhante por vezes e escura, quando se torna pessimista e dura consigo. Só não sabe que há pequeninas coisas que acontecem por acaso. Por uma razão bastante óbvia. Um novo dia, é o que te desejo. E esse dia, pode ser hoje.
Imagem: Van Gogh.
4 comentários:
(Era o preço que pagava, por ter um espírito nómada incorporado num corpo preso a situações alheias.)
...shhhhhh.um beijo.
Porque é que há textos teus que me deixam assim...de coração pequenino e apertado?
....
Texto bonito...
espero que tenha ajudado a tua amiga a perceber que o que nos aperta as asas hoje, vai desaparecer amanhã.
Mesmo que esse amanhã demore que mais que um dia.
:)
A.
Palavras para quê?...
Um beijo, amiga A. :)
Lu@,
..... foi de propósito! :)
Beijinhos!
Ar,
Mais que um dia ou não, fundamental é perceber que as coisas podem mudar quando queremos!
Bjs
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