4/30/2008

Por onde acaba e por onde começa

(music by Cousteau, my dear ones!)

Era uma imagem perfeita que evocava uma tela com suaves pinceladas em tons de amarelo, verdes, azuis…. Aos poucos, ela entrava naquela paisagem com passos semelhantes aos de uma bailarina, seguindo os aromas da terra que davam sentido a uma liberdade quase transcendental. Os pormenores, encantavam o seu interior que, embalado, apreciava a paz infinita contida naquele trilho. Finalmente, pensava ela, o benefício das tréguas era coisa que há muito lhe faltava. Vagarosamente, despia aqueles pensamentos que marcavam o ponto mais alto daquele dia solarengo. Era uma altura de mudança, uma estação diferente ou qualquer coisa semelhante a uma metamorfose interna e bem ordenada.
(…)
- Mas diz-me, o que realmente pensas disso? – ele perguntou.
-Há momentos para tudo. Saber escolhê-los é a tarefa mais difícil. – respondeu.
- Não sei... Pareces-me pensativa. É por minha causa? – perguntou-lhe, um pouco receoso.

Ela descansou os olhos e desejou que tudo fosse mais simples. Desejava que fosse como aquela simplicidade contida naquele cenário que se exibia diante dos seus olhos. Tomou fôlego e respondeu:

- Seria tão bom que esta paisagem fosse estática mas ela não é. Todos os dias o Sol sai deste cenário, anunciando o fim de mais um dia. Talvez a mudança seja como os dias e, o Sol, seja como nós que brilhamos enquanto houver inspiração para alumiar os dias.

A resposta pairou no ar como se de um enigma tratasse. Talvez aquela paisagem valesse mais que mil palavras, mil detalhes ou até mesmo, mil respostas.

E ele? Filtrava a mensagem.


4/16/2008

27:LOST



Há quem faça o balanço anual no final do ano e há quem o deixe para o dia do aniversário. Pois bem, eu opto sempre pela 2.ª alternativa.
Assim sendo e muito resumidamente, o vigésimo sétimo foi para esquecer. Isso espelha-se na quantidade de posts lamechas que me apetece apagar. Algures no meio da estrada, a bússola "desnorteou-se" ou, talvez, foi a portadora que se deixou perder propositadamente.

E dito isto, informo-vos que a Shhh e o Shhh! entraram numa nova fase para fazer jus ao número 28 de vida.


Ps: Música "Lost" dos VAST, banda que venero há uns aninhos.

4/08/2008

De olhos fechados

Clicar na imagem para ouvir Craig Armstrong, Hymn 3.

Se afastamos a renovação:
o sentido cala-se
e o amor não se apresenta
(... é um valor incerto).


O amor é como o viajante
que morre de sede
com o poço por perto.


Carlos Alfredo Coto Amaral- Amor Incerto in Sereno Fluir das Horas.