Ok?
8/29/2007
8/23/2007
Cá estamos nós outra vez
Uma coisa tinha conseguido: voltar diferente. Pousava as malas na sala, enquanto, olhava os pormenores em seu redor.
Sentou-se e encheu os pulmões com mais uma lufada de ar. Encontrava-se numa espécie de transe. Meditava na sua viagem e nas palavras sábias de cada um. Balançava-se nelas e apoiava-se numa ou duas por aí. Sentia que a metade do seu corpo, o seu espírito, só voltaria na próxima semana e muito provavelmente, ele ainda estaria a arrumar a mala no outro lado da barreira.
Tinha questões por resolver, de momento. Mais uma lufada de ar inspirada. Na sua mente, cantarolava Jorge Palma, pensando que também tinha na boca o coração apertado com beijos a 50 e tal graus mas por arrefecer, por reprimir na vontade do desejo. Aos poucos, construiu o cenário, as deixas e o filme. Sentiu-se mais segura e prosseguiu naquela encruzilhada.
Aquela outra metade, demorou duas semanas a chegar. O seu corpo já estava com saudades. Olhou para o espelho e decidiu que estava pronta para uma nova caminhada. Era uma constatação amadurecida, enquanto dizia baixinho: - Afinal não me perdi pelo caminho, apenas, o reencontrei.
8/21/2007
No escape this time from you
Entregava-se aos beijos como se fossem dele. Daquele que ela sempre conhecera e admirara. Mas não eram. Eram beijos fáceis e sem sentido...
Chegava a casa, um pouco zonza, um pouco surda e muda.... Tentara esquecê-lo nos beijos d’alguém, nos abraços d’outro que não a preenchia tão bem.
Em tudo, em tudo, lhe faziam voar ao outro país, tão distante como talvez um outro mundo. Como tinha saudades daquele mundo só seu, partilhado e construído com alguém tão especial.
Muros e muros, barreiras sem fins, eram o seu presente afinal. Ninguém era capaz de ousar atravessá-los, de conquistá-los.
As pessoas teimam em coisas fáceis, em coisas sem fins, sem planos.... Como é a vida, tão fútil assim? Não basta uma cara bonita, um sorriso lindo... Não basta isto, não basta nada. Basta simplesmente, ser. Ser alguém que quer, que luta e que ama.
Tinha saudades d’aquele mundo que a preenchia. D’aquele mundo que ela se orgulhava, d’aquele mundo que amava...
Imagem: Van Gogh - Starry nigth.
8/12/2007
Importância do sentido
8/01/2007
Should I take that risk or just smile?
"Para analisar uma obra de arte, é preciso afastarmo-nos..."
- Sabes que o tempo é um beijo demorado e venenoso?
Sei com que pés te mexes, com que mãos te agarras. Só não sabes, que esse veneno é uma merda qualquer que já te percorre nas veias, consumindo os teus limites.
Imóvel, assim ficas porque foi esse o beijo que te levou à tua própria loucura indefinida. E os teus fantasmas dançam, bailam porque te vencem. Só não me tornes num fantasma teu, porque a vida é para ser vivida sem fantasmas a vencerem o presente.
Conheço-te? Sim, perfeitamente. Porque nesta montanha russa em que vivemos, eu observei-te. E eu deixei-me ficar ali, também imóvel mas com a alma livre. Tão livre porque se definiu o meu futuro. Ali estava a porta aberta, pronta para me dar as boas vindas e me mostrar muito mais para além de ti. E pelo caminho aberto, folgo em saber que ficarás bem algures nesse teu mundo. E em tom de despedida, deixo-te tudo aquilo que fui para ti,de igual modo, como foste para mim. É justo.
Boa sorte, my friend.