4/30/2008

Por onde acaba e por onde começa

(music by Cousteau, my dear ones!)

Era uma imagem perfeita que evocava uma tela com suaves pinceladas em tons de amarelo, verdes, azuis…. Aos poucos, ela entrava naquela paisagem com passos semelhantes aos de uma bailarina, seguindo os aromas da terra que davam sentido a uma liberdade quase transcendental. Os pormenores, encantavam o seu interior que, embalado, apreciava a paz infinita contida naquele trilho. Finalmente, pensava ela, o benefício das tréguas era coisa que há muito lhe faltava. Vagarosamente, despia aqueles pensamentos que marcavam o ponto mais alto daquele dia solarengo. Era uma altura de mudança, uma estação diferente ou qualquer coisa semelhante a uma metamorfose interna e bem ordenada.
(…)
- Mas diz-me, o que realmente pensas disso? – ele perguntou.
-Há momentos para tudo. Saber escolhê-los é a tarefa mais difícil. – respondeu.
- Não sei... Pareces-me pensativa. É por minha causa? – perguntou-lhe, um pouco receoso.

Ela descansou os olhos e desejou que tudo fosse mais simples. Desejava que fosse como aquela simplicidade contida naquele cenário que se exibia diante dos seus olhos. Tomou fôlego e respondeu:

- Seria tão bom que esta paisagem fosse estática mas ela não é. Todos os dias o Sol sai deste cenário, anunciando o fim de mais um dia. Talvez a mudança seja como os dias e, o Sol, seja como nós que brilhamos enquanto houver inspiração para alumiar os dias.

A resposta pairou no ar como se de um enigma tratasse. Talvez aquela paisagem valesse mais que mil palavras, mil detalhes ou até mesmo, mil respostas.

E ele? Filtrava a mensagem.


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