(...) Todo aquele tempo me ficou na memória como se o tivéssemos vivido numa paisagem gelada. As imagens deslizavam, gelatinosas, com a lenta e elegante paciência da garupa de uma duna no deserto. Nunca, em nenhum dos dias vividos depois, deixei de saber que as coisas que não aconteceram tinham tido tanta intensidade como as que foram reais.
Esta é a história de uma relação que não sei ainda se existiu realmente. Tudo brotava, dia a dia, em cada encontro, com a sobriedade e a contenção de sentimentos que ninguém saberia dizer se eram de alegria ou de solidão.
Nos nossos encontros, falando de coisas que no mundo nos aconteciam, eu pousava os olhos nos grãos de açúcar caindo-lhe no café, na comissura dos seus lábios, no seu jeito de pegar na colher, (...).
Esta é a história de uma relação que não sei ainda se existiu realmente. Tudo brotava, dia a dia, em cada encontro, com a sobriedade e a contenção de sentimentos que ninguém saberia dizer se eram de alegria ou de solidão.
Nos nossos encontros, falando de coisas que no mundo nos aconteciam, eu pousava os olhos nos grãos de açúcar caindo-lhe no café, na comissura dos seus lábios, no seu jeito de pegar na colher, (...).
Era como se estivesse a olhar para uma fotografia dos meus pais quando eram namorados. A minha lembrança da sua maneira de estar, que não conseguia esconder uma certa forma de ternura, tinha a nitidez de uma boa fotografia a preto e branco.
A paisagem da cidade povoou-se rapidamente de bares, restaurantes e cafés que foram a nossa casa. Nunca estive tão isolado no meio de tanta gente. Nunca busquei tão intensamente aquilo que não esperava encontrar. Nunca me senti tão invariavelmente esgotado depois de cada encontro. Era como se tivéssemos feito amor. (...)
A paisagem da cidade povoou-se rapidamente de bares, restaurantes e cafés que foram a nossa casa. Nunca estive tão isolado no meio de tanta gente. Nunca busquei tão intensamente aquilo que não esperava encontrar. Nunca me senti tão invariavelmente esgotado depois de cada encontro. Era como se tivéssemos feito amor. (...)
* "Tão Perto de Ti..." de Jordi Nadal .
Imagem: Brent Hume - Morning Coffee.
4 comentários:
Confesso que não conhecia o Jordi Nadal. Bonita, a escrita deste senhor! :)
Bjs
Muito belo, olá. :)
João,
o livro é maravilhoso e mt complexo. Vale a pena ler!
Bjs
Ophélia,
Bem-vinda a este espaço!
Bjs
um dos livros mais belos k li. sem duvida k vale a pena ler. cada palavra dele é como se fosse uma poesia!
Ana
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