Vou pelo caminho um pouco com medo de ser apanhada por ti, mas, são esses olhos ternos que me apanham quando tento fugir. Penso: não me vou denunciar, hoje não. E olhas-me mais uma vez, com esse teu ar de menino ternurento e com as palavras certas na boca para me incendiarem uma vez mais. Tu sorris e falas de nós. Fecho-me em copas e digo que o nós é qualquer coisa que não existe.
Escuto esse tua respiração e respiro-te: sabes-me bem.
Quero-te.
*
Fujo.
Fujo.
*
Quero-te.
Quero-te.
*
Fujo.
Fujo.
Sigo, habituada a este semáforo entre o coração e a cabeça, entre a acção e o pensamento. Sei que são mais sinceros os meus pensamentos na ausência das minhas palavras.
Vou seguindo e fugindo do teu olhar, fugindo do nós que existe em ti e de tudo aquilo que eu gostaria de acreditar...
Vou seguindo e fugindo do teu olhar, fugindo do nós que existe em ti e de tudo aquilo que eu gostaria de acreditar...
Imagem: J. W. Waterhouse - Boreas.
2 comentários:
Gostei bastante.
Obrigada! :)
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