Sabiam um de outro, em segredo. Passavam as noites contando com o dia seguinte, para se encontrarem no olhar um do outro. Viviam aquela paixão, como garotos um pouco entontecidos com a desordem de sentimentos que prosperava sem aviso. Sentavam-se na mesa, puxando conversa pública mas falavam paralelamente com os olhos. Apreciavam aquela conversa muda em código secreto que só ambos entendiam e podiam decifrar.
Os encontros iam-se moldando às pequenas brechas horárias, que o dia ou emprego destinavam – os seus 15 minutos. As mãos descontroladas, cediam aos impulsos do toque, em malabarismos ritmados que alimentavam o desejo de se conhecerem melhor. Sentados lado a lado e por baixo da mesa, as pernas também cediam àqueles deleites do espírito, fazendo-os pensar que ninguém notava.
Foram muitos os tais 15 minutos até à chegada daquele dia, em que assumiam disfarçadamente todos os toques, apanhando de surpresa os olhares alheios dos mais distraídos.
Queriam-se.
Querem-se.
Esse dia marcou-me. Revi-me naquela história e fui vivendo aqueles passos contigo na minha mente. Fomos crescendo em segredo para depois morrermos com o esmorecer dos dias. Na tua ausência, esqueci-me do teu olhar e o teu toque, perdi-o com o passar dos dias. Fomos os secretos daquela história, os tais que viviam 15 após 15 minutos. Os tais que viviam os momentos e que se encontravam nos olhares. Aqueles, que também se queriam, que se deram mas... que fugiram por medo.
Como eu ainda te quero...
Foram muitos os tais 15 minutos até à chegada daquele dia, em que assumiam disfarçadamente todos os toques, apanhando de surpresa os olhares alheios dos mais distraídos.
Queriam-se.
Querem-se.
Esse dia marcou-me. Revi-me naquela história e fui vivendo aqueles passos contigo na minha mente. Fomos crescendo em segredo para depois morrermos com o esmorecer dos dias. Na tua ausência, esqueci-me do teu olhar e o teu toque, perdi-o com o passar dos dias. Fomos os secretos daquela história, os tais que viviam 15 após 15 minutos. Os tais que viviam os momentos e que se encontravam nos olhares. Aqueles, que também se queriam, que se deram mas... que fugiram por medo.
Como eu ainda te quero...
Imagem: Kandinsky, Wassily - Riding Couple.
2 comentários:
Faíscas e medos.Sei bem o que é!!
Gostei muito deste texto!jinhos**
Lu@,
mt obrigada! Está lá tudo: vestígios que não dão à costa, mas sim, que nos levam de arrasto pela corrente dos dias.
Obrigada e beijinhos! :)
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